quinta-feira, 28 de março de 2013

Uma leve ausência: em breve, novidades

Queridos e queridas,

Estou um tempinho sem postar nada aqui. É que eu estou em fase de conclusão de um mestrado e estou quase pirando. É um sacrifício sem tamanho, mas que tem me trazido muita satisfação. Bom, como podem ver, é falta de tempo mesmo.

Porém, em breve, pretendo trazer algumas novidades. Uma delas é uma entrevista que pretendo fazer com meu psicólogo especialmente para este espaço, para que tenhamos uma palavra de um especialista sobre a bipolaridade.

Também pretendo publicar posts de convidados, pessoas que têm bipolaridade e que contam como estão superando ou vivendo com esse transtorno.

O que acham?

Se tiverem mais ideias, podem falar.

Um grande abraço!

terça-feira, 19 de março de 2013

O excesso excessivamente excessivo: a hipomania

Somos bipolares. Fato. E isso quer dizer que, além de todas as complexidades de um ser humano, temos dois pólos bem distintos um do outro: um lado depressivo e o outro excessivamente eufórico. E quando tive a revelação de ser bipolar, eu fiquei me preguntando: como distinguir a minha genuína alegria de uma fase hipomaníaca (aquele extremo da bipolaridade, o da euforia). E isso me angustiou durante um bom tempo.

Então eu comecei a me observar. E teve um dia que eu me senti feliz sem aquela euforia toda. E teve um outro dia que eu estava um pouco eufórica, mas tinha um bom motivo. Teve um outro que eu estava muito, muito alegre, falante, sem nenhum motivo aparente. E, um que eu estava como se tivesse ligada em alguma bateria, não conseguia parar de falar (algumas vezes em alto e bom som), fazer piadas e tudo isso no trabalho. É lógico que o último caso está ligado àquele extremo da bipolaridade.

Cada um se comporta de uma forma diferente. Às vezes do mesmo jeito, mas com nuances diversas, características de cada um de nós. Algumas pessoas, nesta fase, também podem desenvolver compulsões por compras, sexo, comidas, enfim, tudo aquilo que pode nos dar prazer. Além disso, há os tratos sociais, que tendem a ser exagerados e podem nos dar, no dia seguinte, aquela desagradável ressaca moral.

Enfim, além do tratamento com profissionais e o medicamento correto, não há como fugir: precisamos nos observar, nos conhecer melhor. Aí você poderá perceber o que está acontecendo e tomar as rédeas da sua vida. Escolher. Porque tomar decisões pode não ser fácil, mas a sensação de autonomia é muito melhor do que o medo de errar. E é melhor nós mesmos nos observarmos do que ficarmos à mercê do julgamento alheio, que varia de acordo com humores, personalidades e individualidades diferentes da nossa.

É difícil? É. Mas antes de nos sentirmos os patinhos feios do planeta Terra, é melhor raciocinarmos: quem não tem dificuldades neste mundo?

Além disso, além de tantas outras características, temos estes dois pólos, que podem nos conferir uma excentricidade, um jeito peculiar de ser, um estilo de vida mais criativo.

Quer dizer, a vida nos deu um limão. Podemos fazer uma limonada, alguns podem preferir fazer uma caipirinha e há quem tenha a vontade de esfregar o limão nos olhos da vida. Seja como for, não desanime e nem desista. Vamos nadar contra esta corrente só para exercitar e vamos aproveitar para ficarmos cada vez mais fortes.

Um grande abraço!

#hipomania #bipolaridade


Bipolaridade: um assunto muito sério

Em minhas pesquisas, li muitos relatos de pessoas com transtorno da bipolaridade que tinham vontade ou tinham tentado tirar a própria vida. Também vi em sites especializados que existe uma boa porcentagem de pessoas que realmente tentam e acabam cometendo o suicídio.

Isso é muito sério. Muito. Não podemos encarar este fato com crítica e nem com piedade, mas com muito respeito e como uma realidade.

Casso você, que esteja lendo este texto, tenha sentido essa vontade, não se entregue. Procure ajuda imediatamente e não leve adiante esta vontade.

Eu já estive no fundo do poço, já perdi todas as minhas esperanças e já me senti assim por longos períodos nesta minha jornada. E, por isso, eu digo, como portadora de bipolaridade, como uma pessoa que sente e sentiu na pele a dor da depressão, não tire de você a grande oportunidade de fazer diferente. Não tire de você a incrível sensação da superação.

Caso não tenha ninguém em sua família que possa lhe escutar, não deixe de procurar um atendimento especializado, seja psicólogo(a) ou psiquiatra. E se você não tiver condições de arcar com esta despesa, procure uma universidade pública. No Rio de Janeiro, a UFRJ e a UFF oferecem tratamento psicanalítico gratuito para a comunidade.



Tenho uma importante observação a fazer: como já sabem, não sou profissional de saúde e nem nada do tipo, mas gosto muito de pesquisar. E, em minhas pesquisas, vi muitas informações contraditórias entre um e outro e muitas delas me pareciam não ter muita credibilidade.

O que eu quero dizer é o seguinte: não se deixem abater por qualquer coisa que vocês virem na internet. Eu mesma, quando fui diagnosticada, fiquei arrasada quando busquei sobre a bipolaridade on-line, e foi por isso que resolvi escrever este blog. Desestímulo é a última coisa de que precisamos neste momento. 

Um  grande abraço e muita força!

#bipolaridade #depressão                                                                                                                                                                                    


terça-feira, 12 de março de 2013

Eu, a psicanálise e o Lamitor: Prenúncio de uma vida feliz

Como contei aqui, no meio de 2012 recebi uma verdadeira bomba: descobri ser portadora do transtorno da bipolaridade. Esperneei, fiquei mal, me senti frustrada. Mas então a vida seguiu, como sempre segue, e eu também segui com a minha terapia e tomando o Lamitor, prescrito por minha psiquiatra, que eu visito uma vez por mês. Aos poucos, dose por dose, meio descrente, confesso, fui tomando o remédio e sentindo os efeitos benéficos progredirem. Não desisti, mesmo quando, algumas vezes, parecia que eu estava regredindo.

Então, 2013 chegou com tudo. Chegou com tudo porque eu estou muito melhor. Porque eu me esqueço que tenho bipolaridade. Porque minha vida tem seguido normal. E cabe agora só a mim ser feliz ou não. Continuo firme e forte na minha terapia e com meu medicamento.

Espero que estejam seguindo o mesmo caminho. 

Um grande abraço!