sábado, 22 de setembro de 2012

Resolução

Ontem à noite, meu coração estava disparado e sentia um enorme e profundo vazio no peito. Tristeza, vontade de chorar sem motivo. Acho que faz parte da fase de adaptação ao medicamento, mas acredito ser mais um sintoma psicológico: não deixa de ser real, mas é produzido por mim mesma.

Esta semana também faltei ao trabalho um dia por isso. E não fui nenhum dia à academia. Acho que a atitude de se recolher é muito maléfica para quem tem bipolaridade, porque damos vazão à tristeza, à sensação incapacitante. Só quem tem bipolaridade, depressão, ou outros males afins, sabe como é ruim.

Eu pensei muito nisso ontem. E resolvi reagir. Mesmo que a minha dor pareça ser maior do que eu mesma (acreditem em mim, por mais que pareça, nossa dor nunca é maior que nós), mesmo que meu corpo pese, eu vou acordar cedo, sair de casa e vou à luta: estudar, fazer minhas atividades físicas, trabalhar. Mesmo que eu tenha passado a noite em claro, ou que tenha dormido apenas duas horas, eu vou seguir em frente.

É assim que devemos fazer. Devemos encarar como uma luta e podemos vencer. Somos como um viciado que está em abstinência das drogas; mas, no nosso caso, a abstinência é a depressão e a solução é seguir em frente.

Hoje estou muito melhor. E, se amanhã eu não estiver, vou continuar seguindo. Eu sei que haverá um dia, ou um momento que iremos parar, que não sairemos, que não faremos o que devemos fazer. Mesmo assim, não vamos desistir: a natureza não dá saltos. Tudo tem seu tempo e nós, como parte integrante deste mundo, também temos o nosso tempo. Cada um tem seu ritmo e devemos nos respeitar.

Vi muitos relatos pessimistas sobre a bipolaridade, isso me deixou triste, mas as coisas não precisam ser assim. Eu vou relatar aqui minha rotina, como me sinto e vou tentar, dia a dia, melhorar e me superar.

Beijos!

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